Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar o conteúdo. Saiba mais em Política de privacidade e conduta.
Como garantir o acesso à cidade para as pessoas com deficiência
Avançar na adaptação e construção de ambientes urbanos para pessoas com deficiência permite que toda a população tenha acesso equitativo a oportunidades sociais e econômicas, além de promover comunidades mais prósperas e saudáveis
Apesar das pessoas com deficiência representarem quase 15% da população mundial e de mais da metade viverem em ambientes urbanos, as nossas cidades raramente atendem às suas necessidades. A maioria é projetada a partir da perspectiva de pessoas sem deficiência que se deslocam em transporte privado (como carros e motos), em vez das que caminham, andam de bicicleta e usam o transporte público.
Por essas razões, o estudo Acesso para pessoas com deficiência em áreas urbanas, lançado pelo ITDP e a World Enabled, explora o tema a partir dos princípios do desenvolvimento orientado ao transporte (DOTS). A publicação foca na priorização da mobilidade urbana sustentável a partir da perspectiva das pessoas com deficiência nas cidades, incluindo os principais desafios enfrentados, boas práticas e recomendações existentes.
Diariamente, as pessoas com deficiência enfrentam uma infinidade de barreiras para se deslocar. Os desafios podem ser o próprio ambiente físico, que impede a mobilidade urbana diária, mas também podem ser causados pelo ambiente social que não proporciona interações confortáveis, seguras e equitativas. Outro obstáculo é a falta de especialistas dedicados para melhorar a acessibilidade das pessoas com deficiência e a ausência da incorporação de diretrizes baseadas no desenho universal.
A mobilidade a pé, em bicicleta e em transporte público são opções seguras para deslocamentos de pessoas com deficiência. No entanto, para isso ocorrer, as medidas de desenho universal para pedestres, ciclistas e usuários de transporte público devem garantir acessibilidade e conforto para os usuários.
De acordo com a publicação, facilitar os deslocamentos de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida pode também beneficiar pessoas idosas, gestantes, crianças e pessoas cuidadoras. À medida que as pessoas continuarem a envelhecer, graças à melhoria da qualidade de vida e das tecnologias, o número de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida aumentará globalmente. No Brasil, 15% da população já é idosa, e o número tende a aumentar nas próximas décadas.
Por isso, a criação de espaços públicos e ruas completas que sejam amplos, acessíveis e designados para a mobilidade a pé e por bicicleta, além do transporte público, não são apenas melhores para pessoas com deficiência, mas também são mais seguros e confortáveis para todas as pessoas que acessam à cidade.
Para garantir que os nossos ambientes urbanos sejam verdadeiramente inclusivos, é fundamental que planejadores e tomadores de decisão avancem em medidas que se adequem às necessidades e perspectivas das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Originalmente publicado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento em outubro de 2023.
Sua ajuda é importante para nossas cidades. Seja um apoiador do Caos Planejado.
Somos um projeto sem fins lucrativos com o objetivo de trazer o debate qualificado sobre urbanismo e cidades para um público abrangente. Assim, acreditamos que todo conteúdo que produzimos deve ser gratuito e acessível para todos.
Em um momento de crise para publicações que priorizam a qualidade da informação, contamos com a sua ajuda para continuar produzindo conteúdos independentes, livres de vieses políticos ou interesses comerciais.
Gosta do nosso trabalho? Seja um apoiador do Caos Planejado e nos ajude a levar este debate a um número ainda maior de pessoas e a promover cidades mais acessíveis, humanas, diversas e dinâmicas.
Em ano eleitoral, é comum que o tema da gestão urbana ganhe destaque, afinal, os candidatos precisam ter o assunto em suas pautas. E quanto a nós, cidadãos, será que sabemos o que esperar dos nossos governantes nesse sentido?
Confira nossa conversa com José Alexandre Scheinkman sobre a economia da reconstrução e os desafios do desenvolvimento econômico sustentável no Brasil.
As construções de novas capitais como Nusantara, Brasília e Chandigar têm diferentes motivações, mas muitas vezes resultam em desperdício de recursos. Isso é ainda mais crítico em casos como Naipidau e a Nova Capital Administrativa do Egito, cidades projetadas para controle militar.
Após as enchentes no Rio Grande do Sul, surge uma necessidade urgente de viabilizar moradia para as pessoas cujas casas foram atingidas. O Retrofit pode ajudar na solução do problema.
O livro "Morte e Vida de Grandes Cidades", de Jane Jacobs (1961), revolucionou a teoria urbana. Este artigo explora as ideias influentes de Jacobs e seu potencial para enfrentar os desafios urbanos atuais e melhorar a vida nas cidades.
Entrevista com o italiano Giuseppe Grezzi, conselheiro de mobilidade sustentável que fez com que Valência fosse reconhecida por alcançar metas ambiciosas de sustentabilidade.
O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) propõe a flexibilização de algumas limitações impostas no tombamento da cidade. Afinal, isso é positivo ou negativo para Brasília?
COMENTÁRIOS